en-us-Ensaios de Vedação (Fit Test) e o PPR

03/12/2018

A seleção e o uso de equipamentos de proteção respiratória devem cumprir as previsões da publicação "Programa de Proteção Respiratória", da Fundacentro. Entre elas, destaca-se a realização dos ensaios de vedação, para os respiradores com vedação facial.

Existem muitos formatos de rosto, e diversos modelos e tamanhos de máscaras... Por isso, o ensaio de vedação é fundamental para verificar a adequação do respirador selecionado à face do usuário.

Infelizmente, porém, a realização do ensaio de vedação é ignorada pela maioria dos profissionais da prevenção.

Previsão Legal

A realização dos ensaios de vedação é prevista na publicação Programa de Proteção Respiratória - Recomendações, seleção e uso de respiradores, da Fundacentro, que passaremos a chamar PPR Fundacentro.

Essa publicação é de cumprimento obrigatório, conforme estabelecido na Instrução Normativa 01/1994, do Ministério do Trabalho.

Diz o PPR Fundacentro, em seu Capítulo 8, que:

Todo usuário de respirador com vedação facial deve ser submetido a um ensaio de vedação para determinar se o respirador selecionado se ajusta bem ao seu rosto. Os sem vedação facial não são submetidos a este ensaio.

A regra é clara. O ensaio de vedação é obrigatório para os usuários de respiradores com vedação facial, entre eles:

  • Peça um quarto facial;
  • Peça semifacial filtrante (destaque meu);
  • Peça semifacial;
  • Peça facial inteira;
  • Capuz com peça semifacial em seu interior.

Tipos de Ensaio de Vedação

Os ensaios de vedação podem ser qualitativos ou quantitativos.

Os qualitativos são aqueles em que uma substância é dispersa no ar, com o usuário utilizando o respirador que está sendo testado. Avalia-se então a reação do trabalhador enquanto realiza uma série de exercícios, para verificar se ele sente o cheiro ou gosto da substância que foi dispersa no ar.

Os ensaios qualitativos têm a desvantagem de ser subjetivos, isto é, dependem da resposta do usuário, ao contrário dos ensaios quantitativos.

Nestes, o vazamento de ar entre a máscara e a face do trabalhador é quantificada. Assim, não depende da reação do usuário.

Os tipos de ensaios de vedação são esquematizados na figura a seguir.

Para saber como realizar cada um deles, consulte o Anexo 11 do PPR Fundacentro. 

Esse anexo tem o título Procedimentos para a realização dos "ensaios de vedação" qualitativos e quantitativos, e é um anexo normativo. Logo, deve ser seguido. 

Atenção!

  • Os ensaios qualitativos são indicados apenas para as peças um quarto facial, semifacial e semifacial filtrante;
  • Quando for realizado apenas o ensaio qualitativo para a peça facial inteira, o seu fator de proteção passa a ser de apenas 10;
  • O ensaio de vedação deve ser realizado para cada usuário de respirador com vedação facial, no mínimo, uma vez a cada 12 meses;
  • O ensaio de vedação deve ser repetido toda vez que o usuário apresentar uma alteração de condição que possa interferir na vedação, tal como aparecimento de cicatriz na área de vedação, mudanças na arcada dentária, ganho expressivo de peso etc;
  • A realização dos ensaios de vedação deve ser registrada por escrito, conforme previsto no item 8.6 (pg 56);
  • Verificação da vedação não é o mesmo que ensaio de vedação! Diz o PPR Fundacentro:

A "Verificação de Vedação" é um ensaio rápido, feito pelo próprio usuário antes de entrar na área de risco ou repetido na própria área. O "Ensaio de Vedação" é feito em uma sala fora da área de risco, onde se determina, qualitativa ou quantitativamente, a capacidade do usuário em obter uma selagem adequada de um determinado modelo e tamanho de respirador, obedecendo a um procedimento padronizado.

Conclusões

A eficácia da proteção respiratória passa, certamente, pelo ensaio de vedação. No entanto, esse não é o único aspecto a ser observado...

Falaremos mais sobre proteção respiratória em breve. O assunto é extenso e complexo, e merece a atenção de todos nós.

Infelizmente, vê-se em muitos casos a distribuição de respiradores sem observar o critério técnico estabelecido pelo PPR Fundacentro. Assim, não é possível considerar que esse EPI seja eficaz, ao contrário do que é informado por milhares de empresas aos sistemas oficiais e, em breve, ao eSocial.

Também vale lembrar que o uso de EPI ocupa o último lugar na hierarquia das medidas de controle dos riscos ambientais. As dificuldades para a seleção e para o uso dos EPI devem servir como estímulo para a adoção de medidas de caráter coletivo, mais confiáveis e que protegem o ambiente como um todo.

Fonte: https://www.saudeesegurancanotrabalho.org)

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